Lao Tzu, o filósofo da Antiga China, poderia dizer-nos, sobre esta semana, que o silêncio é uma força de grande poder. Isto porque a atenção a tudo o que captarmos com as nossas antenas sensitivas tende a precisar da nossa profunda atenção. E o silêncio é uma condição que agrada e facilita esse processo, e que pode nos ser muito útil.
O 5 de Copas é uma carta que não nos enche de alegria: há muitas expectativas não preenchidas dentro dela, muitas decepções. É importante que consigamos sentir de que lugar captamos o que captamos, que sentimentos são esses que afloram e, sobretudo, de onde nos chegam, que lugares os provocam, que seres os alimentam. Esta talvez seja a principal tarefa para bem viver esta semana.
Pode ser que as nossas percepções sejam internas – e mesmo assim há que sentir de que parte de nós mesmos essas percepções nos chegam. Qual o grau de maturidade dessa parte nossa que nos faz sentir o que sentimos. Porque, veja: nós não somos seres de uma única faceta, e há inúmeras forças em constante movimento dentro de nós, forças dinâmicas que por vezes não percebemos. Esta é uma semana importante para justamentre as perceber.
Além disso, devemos dar a mesma importância e atenção à maneira como transmitimos essas percepções. E se as devemos transmitir. A menos que estejamos muito conscientes a respeito das duas coisas (de onde chega o que sentimos e de que maneira o transmitimos), deveríamos nos manter no silêncio mais absoluto.
Muito bem, a semana começou. E com elas as nossas expectativas diante dela. O que queremos que aconteça, nossos desejos, nossas pequenas vontades, nossas aspirações. É bastante provável que as forças que regem a semana queiram nos ajudar a compreender que as nossas desilusões, as nossas tristezas, têm uma grande e profunda raiz naquilo que desejamos anteriormente, e nas expectativas que criamos. Ninguém vive sem expectativas. Se vamos para a praia, temos a expectativa de bom tempo, e quando ele não é realidade, podemos nos decepcionar. De onde nos chega a decepção e como a transmitimos? Como a transmutamos dentro de nós para que chegue ao mundo (ao outro) de forma positiva? Não há maneira de fazer isso além de facilitar uma honesta conversa entre as nossas expectativas e a realidade, e construir, degrau a degrau e tijolo a tijolo, a casa da aceitação e da compreensão mais profunda do Amor absoluto com que as forças criadoras nos envolvem.
Muito cuidado com euforias. Com os “Eureka!”que podem surgir na semana. Não se deixe eclipsar pelas coisas do mundo, pelos muitos gurus que podem ocupar as esquinas. Tenha atenção sobre o campo do seu pensar, e lembre-se de que o órgão que ocupa o centro do seu corpo é o coração. Respeite (sabendo de onde vem) o que sente, não se perca nos meandros do pensar, e pensar, e pensar, especialmente se for de forma abstrata, criando afinal mais expectativas, muitas vezes ancoradas naqueles “se”que nos afastam da realidade: se fosse diferente, se fosse mais colaborativo, se houvesse mais disto, ou menos daquilo, se as pessoas agissem dessa ou daquela forma… Esses “se”, que pertencem à mente especulativa, poderão atrapalhar bastante a sua semana.
A semana está abençoada por uma força poderosa, que acolhe todas as nossas tempestades internas, os nossos mares agitados, a nossa necessidade de proteção nas turbulências da vida. Para uns, seu nome é Iemanjá, para outros, Nossa Senhora dos Navegantes, para outros, Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Boa Viagem. Não importa o nome, mas a nossa atitude diante dele, e do poder maior que todos os nomes representam. O dia 2 de fevereiro, “dia de festa no mar”, está dentro desta nossa semana, e por isso nenhuma esperança pode abandonar-nos, nem nenhuma desesperança pode persistir. A Mãe Divina nos acolherá em seu colo, sem restrições nem condições, se a procurarmos e estivermos atentos à su presença.
Atente-se ao seu sentir. Saiba de onde vem, quem ou o que o provoca. E decida, com base nesses dados, de que forma estar dentro do mundo, nestes tempos tão desafiadores em que um gesto, uma palavra, um aparentemente simples olhar pode destruir ou criar, oferecer espaços de acolhimento e cura ou provocar terremotos internos no outro. Não permita que o seu desajuste interno vá parar onde nada há que possa acolhê-lo. Escolha onde e quando, com quem e a salvo.
Respostas de 2
Querida Ana
Gratidão pela carta da semana!
🙏🤗😘
Sim!