Temos à nossa frente uma semana bastante desafiadora, o que sinceramente não é de estranhar, se olharmos ao nosso redor, para este planeta do qual fazemos parte e para as dificuldades que se desdobram dentro deste corpo que tambem habitamos e se chama Humanidade. A Torre não é uma Casa pela qual possamos passar incólumes, ou da qual possamos nos livrar facilmente. Tudo o que está a ponto de desabar em algum momento haverá de desabar, tal qual um barco que, com o seu fundo furado, em algum momento naufragará. Por vezes, a questão é apenas de tempo, e por muito que remendemos e colemos e configuremos a nossa vida e as nossas questões, aquelas que estão em processo de término chegarão a seu fim. E ainda bem, não é?
A semana promete, assim, desafios, revelações e problemas, e não me parece ser sensato abstrair e fazer de conta que isso não está na mesa. Hábitos com validade vencida, lixeiras emocionais abarrotadas que é preciso esvaziar, medos inconscientes muito bem alicercados dentro de nós – a tudo isso urge dar atenção, e a semana provavelmente destampe algumas destas situações. Verdades podem se reveladas e promover a imensa transformação que a vida precisa.
Há basicamente duas formas de lidar com tudo isto: ou se aceita e se lida de forma aberta, ou não se aceita, e se lida opondo resistência. A primeira opção é a mais leve, a segunda a mais pesada. Resistir à mudança é basicamente negar a própria vida, que nada mais é que mudança, venha ela como vier. Pense na água, e na sua capacidade de adaptação às circunstâncias: em qualquer lugar em que ela seja colocada, seja um copo, uma jarra, um balde, uma caixa – ela se adapta. Se há vento, ela se ergue; se calmaria, ela espelha de tão tranquila; se há uma descida, ela se precipita; se muito calor, ela evapora. Sem resistência, ela flui e se adapta. A água não tem medo da cachoeira imensa que a aguarda enquanto flui como água calma no rio caudaloso, nem se incomoda quando a chuva a engrossa no leito do rio e a faz transbordar.
Assim pode ser a nossa semana – circunstâncias que não podemos escolher podem se manifestar, e resistir-lhes nos trará mais dores de cabeça do que a própria circunstância em si. Podemos receber notícias devastadoras – e será benéfico tratarmos de entrar em modo auxílio o mais rapidamente possível, seja por nós mesmos, seja por outros. A semana pede atenção a nosso estado emocional de forma imediata, valendo-nos dos recursos que tenhamos para manter a calma. Calma é essencial à semana, diz-nos a Torre. Calma para saber como reagir da forma mais correta possível, calma para não nos deixarmos levar pelo que aconteça em nós e ao nosso redor.
Prestar auxílio a outros, sempre que ele seja pedido ou realmente necessário, é um fator importante e renovador da semana. O “realmente necessário” quer dizer evitar dar opiniões e conselhos a quem não os pediu, veja bem. A semana trata de atuar onde seja efetivamente necessário, e não onde você pense que seja. Aquele conselho que você vem há tempos querendo dar a sua amiga, que ela não pediu? Não, não é hora de abrir a boca, porque justamente esse conselho não pedido pode ser o raio que ative a Torre. Muita atenção aos ímpetos salvadores da pátria, especialmente se você sente que a verdade está de seu lado. Tambem aqui, tenha calma.
Calma não quer dizer passividade, veja bem, até porque é provável que a semana nos chame também a agir com decisão e habilidade, e quando ela nos chamar, o melhor será a agilidade, que não é apressada, mas é certeira. A não ação, aqui, pode ser resistência, e já percebemos que resistir é a forma mais difícil de lidar com as mudanças que apareçam no caminho. Não tente tampar o sol com a peneira.
A Torre nos alerta para grandes passagens, grandes movimentos que geram mudança, e mudança que é necessária à própria existência da vida. Seus medos mais secretos muitas vezes estão ligados a coisas e ambientes que precisam de uma mudança, às vezes de um rompimento, para serem liberados e resolvidos. Haja o que houver em sua semana, esforce-se por ler os sinais ao seu redor e por compreender qualquer evento como forma de libertação de algo que não mais existia ou lhe pertencia. Entenda as tempestades como formas de libertação, e não como formas de destruição tão somente. Há uma vida inteiramente nova ao dispor de quem penetra o coração dos furacões, e assim a Torre promete.
E sobretudo não perca o humor. Não enrijeça nem se deixe secar. Humor, embora muitos pensem o contrário, não tem relação com humus, terra, mas com umor, que é a qualidade fluída das seivas, e que responde pela nossa capacidade não só de fluir, mas também de nos mantermos úmidos. Não se deixe levar pela penumbra do mundo, pela sombra do outro, pela dureza inerte do mundo, pelos maus vaticínios do que quer que seja. Humor nos traz perspectiva, nos faz olhar com liberdade para qualquer defeito, sem precisarmos nos prender a ele ou que ele nos prenda. Fique bem e fique leve e úmido, ainda que o vento lhe abra todas as janelas e todas as portas. Quando o temporal passar, a vida estará renovada. Você com certeza já passou por muitas batalhas, e construiu força e capacidades em cada uma delas. Essa força e essas capacidades se tornaram seus atributos, e serão utilizadas para vencer quaisquer obstáculos que se interponham em seu caminho, tornando-o a cada passagem pela Torre, mas verdadeiro e inteiro. Humor e fé na vida – essa é a receita mágica para lidar com os desafios da semana.
Resistir às mudnaças é negar a vida
não acontece, não é tã ruim quanto se imaginava ou você tem a força necessaria para lidar com o asunrto