Não se ter o que se quer costuma ser fonte de muita movimentação emocional. Especialmente quando se colocaram muitas esperanças, ou muito esforço, ou muito dinheiro, ou muita atenção naquilo que se desejava alcançar. Quanto maior a expectativa, maior o tropeço possível.
Por isso, diante do 5 de Espadas que nos acompanha esta semana, e que nos traz notícias de prováveis desilusões e golpes, é preciso entender o que nos beneficia, enquanto atitudes, sob essa regência, e o que nos coloca em situação de risco. Porque é disto que tratam, estas Cartas da Semana. De ter informações sobre a energia que ronda a semana, as forças que estão em provável atividade, e saber o que fazer com elas. E o que não fazer, às vezes mais importante ainda.
É preciso, esta semana, dar o devido crédito à frase “não se pode ganhar sempre”. Tendo isso em mente, muito pode ser ultrapassado sem danos. Essa frase nos leva em direção à leveza da aceitação. Ou seja: se algo se mostra de uma forma, não resolve e nem adianta derramar rios de lágrimas porque não é do jeito que nós queríamos, ou merecíamos, ou estávamos prontos, ou à espera, ou imensamente nos esforçamos para. Às vezes, muitas até, a vida se tece sem que nós entendamos o que está acontecendo. Já que não somos sozinhos no mundo, e nem sobreviveríamos ainda que quiséssemos, estamos necessariamente afetados pelo que acontece ao nosso redor – e como as conexões são invisíveis e se desdobram de modos surpreendentes, esse “nosso redor” é o planeta todo. Portanto, há muita atividade que nos cerca e rodeia sobre a qual não temos qualquer ideia, quanto mais poder.
Digo tudo isto porquê? Porque não vale a pena sofrer e se debater com a água que chega até você. Não vale a pena se digladiar ou resistir com aquilo que as forças operantes fazem movimentar. Por triste, e grave, e sério que seja. A aceitação é a chave da semana, e aceitação é compreender que não podemos saber, hoje, o que pode significar o que estamos vivendo, porque só o tempo, senhor da vida, revelará.
Então, de que maneira lidar com o que a semana revele, e que provavelmente pertença ao campo da mentira, da calúnia, da traição? Com a força radical que temos para cortar com o que nos faz mal. Esta é uma semana propícia a ver com olhos de ver e a agir consoante. Perceber (porque evidências não devem faltar) o que é que nos faz mal, o que nos destrói, o que nos aniquila, o que nos despreza e envolve em tristeza e desespero, e dizer não. Dizer não para o que não se quer.
É preciso muita atenção aos sentimentos de dó, de pena, assim como aos prenúncios de crueldade. Abstenha-se de crueldade, porque ela conduz à covardia. Segure as suas palavras ácidas. O importante é o que você vai fazer com o que acontecer, o que se revelar; o que você vai fazer com o que ouvir, ficar sabendo ou descobrir. Não as coisas em si, entende – é a maneira como você vai dizer sim ou não, e é imensamente provável que o correto seja o não. Não, não quero as formas tortas de agir. Não, não quero a mentira e a traição. Não, não quero aniquilar o outro para meu proveito. Não, não quero que pisem em cima de mim. Não, não quero que me prometam algo e depois me retirem o que foi prometido. E, porque não quero, digo não e implanto a linha de corte entre eu e aquilo que não quero.
Tudo o que se mostrar esta semana, esmo de forma dolorosa, tem o potencial de abrir portas, de finalizar ciclos, de decretar os limites. Esteja alinhado a esses limites, proteja-se. Não fale demais, não se exponha demais, não ache que vai ter paciência quando provavelmente ela será posta à prova. Cuide da sua auto-estima, cuide daquilo que é seu. Não é um bom momento para a generosidade desenfreada – para tudo há limites, e quem não quer ter surpresas não se expõe a elas. Avalie bem as suas necessidades e não ultrapasse, de forma alguma, os limites da sua realidade, ainda que alguém (ou você mesmo) lhe diga que é preciso isto e é preciso aquilo. Saiba bem que quem sabe o que você pode ou não pode é você, a moral é um quesito muito pessoal, e quando saímos da esfera daquilo que consideramos correto e bom e útil e adequado ao nosso momento, escorregamos. É o que tende a acontecer esta semana.