Não desista, diz-nos, esta semana, a Sacerdotisa. Sejam quais forem os obstáculos (e haverão), existam as interferências que existirem (e existirão), não desista. Aprenda a escutar-se, a discernir entre o que é seu e o que é do outro, o que é da sua intuição e o que é conduzido sutilmente para dentro de você. Ou nem tão sutilmente – o medo, o pavor, a desconfiança, o desamor, não são plantados em nós de forma sutil, muito pelo contrário. E criam raízes fáceis, se nós as alimentamos. Tenha cuidado com esse cultivo. É claro que há forças adversas em ação – e muitas, e fortes e potentes. Mas isso não quer dizer, em absoluto, que precisemos ou estejamos fadados a sucumbir a elas.
Muito pelo contrário. Se é que estamos fadados a alguma coisa, provavelmente seja crescer, evoluir, sermos felizes e encontrarmos contentamento em nossas vidas, assim tornando as alheias mais tranquilas. Não dizem que gente feliz não traz problema? Pois então.
Resista aos pensamentos intrusivos que querem lhe dizer outra coisa. Resista a quem lhe diga que não tem jeito: nasceu assim, morrerá assim. A síndrome de Gabriela (“eu nasci assim, , eu cresci assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim”) não pode governar a sua vida. Pense comigo: se você já veio condicionado a ser quem você pensa que é, o que está você fazendo nesta vida? Repetindo padrões? Os seus próprios padrões (nem precisam ser os familiares apenas, os nossos já bastam para nos entorpecer e limitar o caminho)?
Respeite a sua intuição, busque confirmação se quiser (é para isso que os oráculos servem, e talvez esta Carta da Semana já lhe acenda uma luz na semana), corra atrás do que é seu e que só você pode manifestar neste mundo. Não se trata de se achar superior ou melhor que ninguém – mas também não é para você se considerar inferior ou pior que ninguém. A justa medida, para cada um de nós, é o que nos cabe, e como seres irrepetíveis que somos, o desafio é justamente encontrar essa justa medida.
Pode ser que você procure essa justa medida no trabalho, na família, na religião, nos amigos. Na maneira como você encara e se relaciona com essas esferas da vida. Perceba que é você quem está ali, sendo, ou tentando ser, a sua melhor versão. Cada um desses campos, dessas esferas, está ali para lhe dar pistas, para lhe fornecer informações sobre quem é você e o que está fazendo aqui, e tudo isso, junto em você, precisa fazer sentido. Preste-se atenção, porque o sentir é seu, e é o sentir que lhe dará sentido, e lhe dirá isto é meu, isto é do outro; isto é para eu transformar, isto não me diz respeito; isto é meu desafio, isto é problema do outro. A Sacerdotisa, nossa Carta da Semana, é um poderoso auxiliar, e o que pode nos atrapalhar, se bem encarado e posicionado, pode no fundo nos ajudar – os conflitos que se intrometam na semana, as palavras de outros que se metam onde não foram chamados, os atropelos que lhe alteram os planos, o que sai fora do seu controle. Calma, tenha calma, e respire. Que nada lhe tire o ar, porque sem ar não conseguimos nem pensar direito, o que dirá sentir.
A semana é maravilhosamente propícia para agir com determinação, com objetividade, para dizer vou fazer e fazer mesmo. Para dizer vou abrir e abrir mesmo. Esses podem ser os pontos altos da semana, onde você perceba emergir de você uma coragem que nem sabia existir. Por isso é para se prestar atenção mesmo, porque apesar de todas as traves que apareçam em seu caminho, todos os buracos, os espinhos, os problemas, as palavras ruins – a sua coragem tende a superar tudo isso e a se comunicar com os lugares mais elevados, que lhe segredam respostas, saídas e atitudes libertadoras.
Em meio a tanto caos, a tanto sofrimento, a tanto desespero e atrocidade, a Sacerdotisa nos convida a percebermos com mais profundidade o que a nossa vida nos diz, os lugares em que podemos ser úteis não só aos outros mas também a nós mesmos – sermos úteis a nós mesmos nos capacita imensamente a sermos mais úteis aos outros, cada vez mais outros. Por isso, atente-se aos seus interiores, aos seus lugares, aos desafios que são mesmo os seus. Não tire os olhos dos outros, do mundo, mas não se confunda. O seu caminho está sendo trilhado pelos seus pés, que são os únicos que podem trilhá-lo.