Outras formas e outras perspectivas – a semana abre-se nessa direção, e o que provavelmente mais nos ajude seja ter calma e entender que a nossa vida neste planeta está regida por forças sobre as quais não temos qualquer controle (pense na dança das estações). Nem tudo está no nosso âmbito de ação, e é preciso aceitar isso, e, ao mesmo tempo, sabermos que o que está em nosso âmbito de atuação por vezes precisa da nossa coragem. O Pendurado se permite, e nos permite, um tempo, e essa é provavelmente uma lembrança importante para a semana. Há muitas maneiras de contar uma mesma história, e novos pontos de vista é o que permite que uma história seja contada dessas várias maneiras. Manter isto em mente pode nos auxiliar a lidar com as tendências da semana.
O Pendurado, além de nos fazer parar, nos pede coragem. Coragem para abrir os olhos debaixo d’água, coragem para fazermos escolhas. Escolhas costumam demandar sacrifícios. Escolhe-se uma coisa em detrimento de outra, pelo motivo que for. Pode ser que mudemos de orientação profissional, pode ser que mudemos de casa, pode ser que mudemos de marca de sabão. Escolhas sempre tiram algo da nossa vida e deixam outra coisa, que é a que preferimos ou a que consideramos mais adequada, diante do que não nos diz mais nada, que não funciona mais, que cessou de ter um impacto e presença positivos em nossas vidas. Escolhas tiram pessoas das nossas vidas, situações modificam-se completamente, hábitos são rompidos. Se muito profundas, podem gerar alguma forma de luto. E está tudo bem. Na hora certa, e lembrando de que nem tudo está dentro da nossa esfera de atuação, e nem todo fruto está no seu melhor momento de colheita. Portanto, atenção a decretos esta semana. O que se pede é uma parada, para observar a situação de outro ponto de vista, ainda que isso custe a fazer.
“Que será, será. Whatever will be, will be” é a canção preferida do Pendurado. Há uma enorme aceitação disponível esta semana para que o novo se expanda, e para que, finalmente, possamos estar naquela situação, naquele lugar, com aquelas pessoas e aquelas ferramentas que serão de imensa ajuda às nossas vidas, mas isso pode ser que aconteça após um necessário período de espera se concretizar. O Pendurado abre espaços e tempo para olhar para dentro, e especialmente para dentro da sua jornada, e muito particularmente ele se pergunta, e nos pede esta semana que façamos o mesmo, o que pretendemos da nossa vida para além da vida material, portanto da nossa vida espiritual. A jornada do Pendurado sabe-se profunda, e ele nos pergunta “para onde você está indo nesta sua vida? o que de fato tem valor para você? o que diz o seu espírito dos caminhos que você trilha?”. O Pendurado nos obriga a parar para que tenhamos tempo para algo importante, que é a nossa jornada, e mais ainda, para que tenhamos ouitras perspectivas a esse respeito. Por isso, às vezes ele nos proporciona uma interrupção, e esta pode assumir várias formas – preste atenção ao que lhe faz parar esta semana, e entenda corretamente a mensagem. Atrasos e demoras também são formas de nos fazer parar. Não desperdice esse tempo que o Pendurado deposita nas suas mãos com sua imensa sabedoria.
Então, pode estar você pensando, encerrar coisas esta semana é propício? A princípio não, não é, a menos que já tenha havido uma longa e produtiva análise. Finalizações e encerramentos não são fáceis para este Pendurado da semana, e aqui podem estar as dificuldades da semana, porque a tendência interna, afobada aliás, pode ser de forçar as coisas, de correr com os desdobramentos da vida. Não corra. O Pendurado está parado, e é assim que as coisas estão. Colocar pontos finais nesta semana pode ser improdutivo. A frustração de não conseguir ou não poder terminar ou resolver situações precisa ser acolhida pela sua compreensão. A compreensão de que talvez você ainda não tenha entendido, a comprensão de que nem tudo se mostrou, a aceitação de aceitar uma parada para poder enxergar melhor, inclusive a si mesmo, isso tudo embrulhado numa ideia de humildade – essa palavra simples e complexa ao mesmo tempo, que tem sua origem na palavra humus, que significa terra, e que também dá origem à palavra humanidade.
