Nem adianta o céu azul lá fora, menos ainda o calor que se anuncia para perto do meio dia: há muito pra fazer e quase nada daquele ímpeto necessário ao cumprimento das coisas. Passeio pela casa como se não me dissesse respeito tudo o que precisa acontecer. Faço listas que posso imaginar cumprir, mas só até o momento de terminá-las. Rasgo-as. E começo outras.
Ao menos comprarei o que falta. Embora disso dependa sair, andar e escolher. Não quero nenhum dos três: quero o estado de parada atenção interna, e mais nada. Há um vulcão dentro de mim em processo de doma, e eu quero perceber o exato momento em que o que é não basta e o vulcão consegue galgar-me a superfície. Para que aprenda qual é o momento, e o momento não me surpreenda ao abrir a porta.
Alguns dos filhos aparecem a intervalos regulares. Não posso ajudá-los, cada um de nós numa solidão de compartilhamento difícil.
Há experiências de vida assim; descem lentas como orvalho a meio da madrugada, escorrem como luzidios fios de cristal quando a alvorada se anuncia, e se transformam em mil cores boiando num lago em que mergulho a minha sede, mas sem conseguir saciá-la. Porque o lago é um espelho, e deste lado só vejo o reflexo. Sem mergulho.
Só nuvens num dia cor de azul celeste.
Respostas de 6
É tão bom vir a este cantinho ler estas palavras que são tuas mas parece que estão também dentro de mim. Obrigada.
Querida – e eu adoro que visites este cantinho, assim como eu ando pelo teu às vezes, a ver o que as tuas mãos fazem.
Quisera poder dizer-te: sossega, está tudo bem e no seu tempo. Mas o que quero dizer é: por que a gente sempre tem que ir embora?
Saudades…
Antô
Vô te seqÜestrar!!!!!!!!!!
Antô Antô – par que sempre possamos chegar, talvez?!
Rsrsrsrs… não estou sequestrável, que pena!