Eu me pergunto, em algumas semanas, se haverá alguém que ainda não tenha percebido a dureza e a exigência do momento que vivemos, todos nós, como Humanidade e como Ser-Terra. As semanas atravessam-se umas às outras trazendo sinais de tormenta, e é muito recorrente, aqui nestas nossas cartas dos últimos meses, que os avisos estejam direcionados a mantermos a nossa integridade, a nossa força, a nossa esperança. Assim tem sido.
Este semana, abrindo a sua vibração em torno do 3 de Espadas, nos diz mais uma vez que é preciso respirar e aguardar a maré virar a favor. Muitas ondas batem com violência nas rochas do nosso sentir, tufões arrastam o nosso pensamento pelo ar, é difícil desatar os nós da vida em meio à tempestade e ao turbilhão.
Esta pode ser uma daquelas semanas em que seja preciso aguardar, esperar que sintamos a força e a confiança necessárias, em nós mesmos, para dar novos passos – mesmo que sejam antigos passos que resistimos a dar. É preciso respeitar o cansaço, na medida em que for possível, e saber que a resiliência é a nossa maior e mais poderosa arma. A resiliência inclui deixar ir, inclui parar para descansar, para refazer forças, para reconhecer que simples e humildemente é preciso dizer “não dou conta”. E está tudo bem. Pode ser muito difícil tomar decisões equilibradas e sensatas esta semana.
E, por vezes, essa é a maneira de parar de se afundar mais na situação difícil em que possamos já nos encontrar. Em meio a areia movediça, o mais sábio é parar de se debater, parar de bater as pernas e agitar os braços, numa agonia e num movimento sem sentido que só nos faz ir mais em direção ao fundo.
Muita, mas muita calma esta semana. Consolide o que já existe. Se são ideias, burile. Se são coisas, limpe e organize. Se são decisões a tomar, estabeleça passos pequenos e seguros em direção a essa decisão. Se são problemas, sente-se e observe-os. Peça ajuda e trabalhe a indecisão, para que esta não se transforme em angústia. Limpe o vidro da janela da sua alma com esmero, para que não se interponham fantasmas, mágoas, dores e desgostos. Qualquer poluição, esta semana, tende a ser danosa. Interrompa conversas desordenadas, não fale mal dos outros, não se meta onde não foi chamado. Pare de apontar dedos e tecer críticas. Modere a sua linguagem, aquilo que diz e como diz. Os nervos tendem a estar à flor da pele e a mágoa a ponto de dar um passo para fora de casa. Se pode ajudar, ajude. Se não pode ajudar, aquiete-se.
Remorsos, esta semana, não deveriam ser cultivados. O que foi dito, feito, não dito ou não feito – já foi, e o que se seguir, será. Nem tudo provavelmente dependa da sua decisão ou do seu movimento, e existem situações esta semana que nos cabe aceitar, sejam elas internas ou externas. Por isso, aceite e respire.