6 de Paus

Estas nossas Cartas da semana, mais do que vaticinar futuros, se dedicam a examinar tendências e possibilidades. Como uma análise metereológica, contam daquilo que está disponível, semana a semana, para vivenciarmos a passagem do tempo. Este semana, conta-nos o 6 de Paus, é possível ser otimista.

Ser otimista é uma virtude que tanto ilumina por dentro quanto por fora. O seu oposto, o pessimismo, consegue entristecer a tarde mais arejada e a mente mais positiva. Quando digo “esta semana é possível ser otimista” não quer dizer que tudo correrá às mil maravilhas (muito embora o 6 de Paus seja quase que uma indicação de que muitas coisas tendem a dar certo, a se abrir, a florir), mas sim que existem condições de que você, eu, sua vizinha, sua tia, seu avô, seu pai e sua filha sejamos todos otimistas. Nos posicionemos na vida dessa forma.

O que quer isso dizer? Que é possível, esta semana, olhar para a luz e perceber que ela existe. É possível olhar em volta e perceber os movimentos solidários da Humanidade, representados pelo bom dia que você dá ao motorista do seu ônibus ou pela gentileza de quem cede o seu lugar nesse mesmo ônibus à moça grávida que acabou de entrar. É uma semana propícia a vermos no mundo o seu melhor, e não o seu pior. Claro que depende um pouco de cada um, obviamente. Se você terminar de ler ou escutar esta carta da semana encolher os ombros e pensar “com o mundo do jeito que está, até parece…”, a escolha é sua. Esta semana, conta o 6 de Paus, é possível algo como um renascimento – um restabelecimento do que foi perdido.

Podem chegar boas notícias? Sim. E desejo que você possa prestar atenção a elas, regozijar-se com elas, agradecer por elas. As perspectivas são agradáveis, há equilíbrio e compreensão correta no ar, recompensas e reconhecimentos. Podemos entrar em campos de autocrítica positiva, daquele tipo que nos faz avançar, e assim pode também entrar quem está ao seu lado – seja gentil, com você e com os outros, nem sempre a autocrítica é fácil.

De qualquer forma, é precioso aproveitar essa onda, e surfar nela com categoria. De nada adianta reclamar do passado e nem conjecturar futuros nebulosos e tétricos. A semana é sim de positividade – é possível sonhar com a realidade antes de que ela se torne ela mesma, e é possível sonhar com uma realidade melhor e mais justa, mais aberta, mais sonora, mais alegre, mais bondosa. A semana é propícia para plantar boas sementes, que possam render bons frutos, e é de colheita também, dos bons frutos que se plantaram lá atrás.

Assumir a própria responsabilidade é algo muito básico, e intransferível. Dois excessos se corrigem desta forma: um, o de se queixar do que não precisa, ou não merece; dois, o de driblar as insolências e/ou os orgulhos vãos que possam querer assomar por entre os dias. A insolência é a grande espada dirigida ao coração da semana. Não se permita. Insolência, na sua origem mais remota, diz-se daquilo que saiu fora do comum, fora da lei. Para nós, hoje, o insolente é aquele que desrespeita o outro, e assim se coloca fora daquilo que deve caracterizar a relação entre pessoas: o respeito, o decoro, a gentileza. Faça da sua semana o seu melhor, e ela fará o melhor por você também. Passe pelas tempestades com tranquilidade e passo firme. Atravesse as neblinas sem se deixar abater. Repare em quem está ao seu redor, seja gentil e cortês. Como dizia José Datrino, gentileza gera gentileza. Gentileza e confiança – a semana é, sim, de vitórias.