8 de Copas

Esta é uma semana de desistências. De perceber que situações que se arrastam (porque nós permitimos), situações que embaçam e turvam até mesmo a nossa visão (porque não fazemos nada de objetivo com elas) precisam chegar a um ponto de virada. É bastante provável que se torne claro que o ponto de virada seja desistir. Deixar ir. Soltar.

A nossa cultura muitas vezes sobrepõe a resiliência como um vetor importante. E é. Mas nada é sempre bom nem sempre ruim. E as situações que precisam da nossa desistência, é disso que precisam. No íntimo, nós sabemos. Não é nenhuma surpresa. Não são golpes do destino que tendem a se apresentar esta semana. São situações (relacionamentos, empregos, posições etc etc) que são nossas velhas conhecidas e sobre as quais nós já sabemos muita coisa.

É preciso cuidado, no entanto, com as sementes da prepotência e da arrogância que vivem dentro de todos nós. Nada se resolverá com impaciência, no ímpeto – se isso fez você pensar em algum relacionamento, por exemplo, que já sabemos precisar de uma grande reviravolta, ou uma situação que demanda colocar tudo em pratos limpos – é preciso tomar a iniciativa, claro, mas de forma serena, pensada, organizada, sem se atropelar nem atropelar ninguém.

Por que o que vem fácil também vai embora fácil, e a paz de espírito não tem preço. A pressa não pertence ao 8 de Copas, que aliás é um arcano que se arrasta, que é lento, quase um atoleiro. Por isso mesmo, representa diante de nós os atoleiros da nossa vida, mas também nos indica que não é no estampido que as coisas se resolvem.

Uma dosagem correta de movimento e iniciativa, aliada à paciência e ao respeito ao tempo, são as boas indicações da semana. Não ceda à indolência – que seria como passar a semana jogando Monte Carlo (nunca ouviu falar? é um jogo de cartas que se joga sozinho, semelhante ao Paciência). Improdutivo ao extremo!

É preciso um pouco de atenção aos detalhes, esta semana. A falta de atenção pode resultar em problemas. Listas e agendas podem ajudar, desde que você não se imobilize pela quantidade ou pela triste qualidade de tudo o que tem a fazer. Acenda qualquer tipo de fogo interno e resista à preguiça que pode aparecer. A chance de algo programado não ser feito e embolar terrivelmente o resto dos dias é grande, então preste atenção a si mesmo e comece pelo que é necessário – e que podem ser justamente essas situações das quais se queira fugir. Não fuja: essas coisas correrão atrás de você e a cada passo engrossarão o caldo. Comece a arrumar a casa pelo que está mais terrivelmente bagunçado – não deixe o que parece pior para depois. Ânimo e coragem!