O Julgamento Final também é chamado A Ressurreição – este arcano nos coloca diante de um dos fatos mais importantes da vida, que é a ligação entre causas e consequências, causas e efeitos. A semana tende a tornar muito evidente, para cada um de nós, que o lugar em que estamos, seja como indivíduos, como grupos ou como a humanidade, é o lugar onde as nossas ações, os nossos pensamentos, desejos, e palavras nos trouxeram. Querer imputar “a culpa” a este indivíduo, ou àquela situação, ou àqueles “outros” dos quais sempre nos excluímos quando as coisas não andam bem, tem o mesmo efeito de desistirmos de tomar posse da nossa vida, da nossa realidade, dos nossos desafios e das nossas conquistas. A nossa realidade está sendo criada constantemente pelas escolhas que fazemos, sejam elas conscientes ou inconscientes. E como não somos nada sem os outros, como a interdependência é a força da vida deste planeta, a abrangência das nossas ações e dos nossos pensamentos, e de tudo aquilo que falamos e desejamos vai muito, mas muito além de nós mesmos, o mesmo acontecendo com todos os bilhões que coabitam esta nossa casa comum.
Por isso, dispa-se rapidamente da roupa da infalibilidade. Retire-se do lugar do “eu sei”, porque as evidências de que se aproxima o ponto de virada, o divisor de águas, são muitas. E com isto quero dizer o que? Que a semana é propícia a reconhecer os movimentos que podemos fazer para ir em direção ao futuro, que há energia disponível para tomarmos as decisões para as quais estamos maduros para tomar, e esta é uma força presente nos próximos dias.
Isto significa que há calma, serenidade, que a Humanidade como um todo dará grandes passos em direção ao que você acha que é o certo? Provavelmente não, porque a aparência das coisas raramente revela com clareza o que está oculto. O Julgamento Final abarca eventos de longa duração, como os tempos que unem, em uma mesma linha, a criança que é protegida pela Mãe de uma traição imensa e o Regente coroado em quem essa criança se transformará.
Aproveitar a energia da semana significa aumentar a sua consciência a respeito a linha de tempo que une quem você foi e quem você é, numa relação direta entre causas e efeitos construídos por você nesse percurso. Essa, nesta semana, é uma maneira segura de perceber o que está aberto para você trilhar e o que não.
A semana relaciona-se com as coisas ocultas, no sentido daquilo que ainda não se tornou aparente, portanto não se mostrou, não apareceu, mas já foi preparado. Convém ter presente o que já se aprendeu, seja na dor, seja no amor. O Julgamento Final é uma carta divisora de águas e prenuncia decisões a serem tomadas – essas decisões deverão estar amparadas pelo que já se sabe.
Aquilo que é mais profundo em você, as suas mais elevadas qualidades, as suas ambições superiores, a arte que você cria e a arte que você percebe ao seu redor, são elementos de apoio da semana. Dedicar um tempo da sua vida ao cultivo da beleza, seja escutando uma música, cuidando de um vaso de flores, contemplando uma obra artística ou escutando o canto dos pássaros lhe trará a serenidade e a abertura de alma necessárias para ultrapassar as dificuldades que possam manifestar-se na semana. Sair de si próprio em direção à beleza do mundo é um oásis de calma para a semana.
Essa calma tende a ser um bálsamo para os momentos em que o excesso de confiança ou o otimismo cego firam o seu bem estar e a sua segurança, o que é bastante provável para esta semana. O que isto quer dizer: que é possível que subam à superfície momentos, pessoas ou situações nas quais você confiou e que se tornarão desilusões. Isto é um problema? De forma alguma: se encarado da forma correta, servirá para lhe dar mais instrumentos de aferição da realidade, aprendendo a reduzir expectativas e a confrontar os seus ideais com a realidade. Para aproveitar a semana, convém descansar com um olho aberto e outro fechado, para reconhecer o valor correto do que brilha, e não partir do princípio de que tudo seja ouro. [E a sua experiência, a sua construção interna, que vai será o seu mais relevante guia, mostrando-lhe que aquilo que está ao seu redor foi atraído e construído por você mesmo. Aprenda a apreciar essa construção, a não dar passos em desacordo com o tamanho das suas pernas. Chega mais longe, e chega melhor, quem anda no seu próprio tempo e no seu próprio chão.