Os grandes feitos, seja da Humanidade seja da vida de qualquer um de nós, nascem de uma urgência, de um ímpeto – da necessidade de agir, de transformar, de deixar para trás o que é velho e lançar-se ao novo. Poderá ser inconsequência? Sim. Poderá ser uma ação visionária? Sim. O Louco se lança, e nos lança, em terreno desconhecido, e não há garantias. Se houvesse, não estaríamos em sua esfera de atuação.
Hoje é dia 25 de abril. Comemora-se, em Portugal, a Revolução dos Cravos. Uma revolução digna de um Louco que decidiu dizer não à guerra, não ao atraso, não à ignomínia. O Louco diz sim, e o Louco diz não também, e esse não é o que o propulsiona na direção fértil do futuro. O Louco que em 1974 se manifestou em Portugal disse não ao passado, e sim ao futuro.
O Louco expande a paisagem e as possibilidades da vida mergulham na amplidão do espaço. É preciso estar preparado, saber quem se é. O Louco é instinto, e não razão. Se até aqui a vida racional imperou em seus dias, esteja atento às possibilidades de liberação de forças até aqui não utilizadas (reprimidas, talvez?). Não se assuste, a vida é uma loucura mesmo, ainda que nós a queiramos engaiolada nas nossas certezas. Não há caminho em gaiolas.
Novos projetos, novos inícios, novas descobertas do inconsciente vêm por aí. A fonte da vitalidade nos aguarda no decorrer da semana, e muito possivelmente existam situações, pessoas, ofertas que modifiquem talvez radicalmente as nossas vidas. Esta não parece ser qualquer semana. Não perca as oportunidades que surgirem, por mais alucinadas que pareçam.
Dois ou três cuidados: a futilidade, isto é, as ações inconsequentes que nada trazem, e já se sabe disso (mas por teimosia ou frivolidade se insiste); o excessivo caos em que se pode mergulhar, tornando o todo improdutivo; e imaginar que tudo se resuma à explosão do primeiro passo, e que nada depois haverá que fazer (uma espécie de curtição eterna, obviamente miragem).
Mantenha-se ancorado, em si mesmo. O que predomina na semana, como força, é a sua atitude diante das oportunidades e dos desafios. Não fuja à luta, e não se embrenhe no que não lhe diga respeito. Viva, e deixe viver.