A libertadora Princesa de Paus vem em socorro da semana e dos tempos conturbados que todos enfrentamos, com maior ou menor consciência, com maior ou menor capacidade de perceber as intensas transformações que em tudo se produzem. O fogo ascendente desta Princesa aspira à liberação de seus pesos, culpas e desgostos. Aspira a poder respirar novos ares, a poder livrar-se de limitações sufocantes que impedem que o novo se avolume e ganhe terreno em nossas vidas.
Por isso, se a sua vontade é do novo, se a sua vontade é deixar para trás tudo aquilo que limita a sua ação, tudo aquilo que refreia o seu crescimento, tudo aquilo que cerceia o que verdadeiramente se veio fazer a este planeta – pode bem ser que a hora seja agora.
Mas perceba: essas liberações, esse grito que destranca o sofrimento, esse arrancar que arma uma tempestade para tudo aquilo que precisa voar pelos ares – todos esses movimentos, do menor ao mais aterrorizador, são movimentos dentro de você, dentro de seu pensamento, dentro de sua alma. São os seus medos e as suas crenças arraigadas que impedem o livre fluir e andar da vida, dos projetos, dos novos traçados, são esses medos que lhe dizem, pela voz da Princesa de Paus: “Vamos! É chegada a hora!”.
Veja que promessa de revolução para esta semana. Em que sentido, me perguntará você. No sentido mais literal possível da palavra revolução: o movimento cíclico, lento e regular dos astros estelares. O movimento dos planetas em torno do sol, completando uma e outra volta. Gira de novo, é o que significa a palavra latina revolvere, que dá origem à nossa revolução, assim como dá origem também às palavras revólver e revolta. Muitas analogias poderiam ser feitas com esta semana – a semana gira tal qual o tambor dentro do revólver. Quem apertará o gatiulho e quando? Quem incendiará o discurso e conduzirá os insurgentes à revolta?
Lembre-se: o cenário é você mesmo. Nada além disso. Em que momento você apertará o gatilho? Em que momento se incendiarão as suas palavras? Girando em torno de um mesmo eixo, em que momento você olhará para dentro de si e dirá: “pronto, é isto, está esta volta terminada, que se inicie outra”.
Há dois alertas para esta semana. Um, refere-se às melhores maneiras de a aproveitar; o outro alerta fala dos impulsos, situações, pessoas e atitudes que convém evitar.
Comecemos pelo que nos tende a trazer movimento para que essas liberações que estão no centro da semana se vislumbrem e cumpram o seu papel da melhor forma possível. A estas ajudas vamos dar-lhes o nome de “obstáculos”. São os problemas da semana, o que não se espera e atravanca o nosso caminho, as questões espinhosas, as interferências. Preste-lhes atenção, não perca tempo, aproveite para entender o mais rápido possível o que é que aquela pedra no sapato lhe ensina. Qualquer problema, qualquer atraso, intromissão, perturbação: tudo isto é aproveitável e será, a seu tempo, revelado. Apenas não perca tempo e não fique chorando o leite derramado. Levante-se do chão, pegue um pano, limpe esse leite espalhado pelo chão, lave o pano e siga em frente. Esteja presente e atento, não perca um grão de experiência destes aprendizados duros.
O que convém então evitar? As luzes rosadas do sol poente, a deambulação do espírito pelas nuvens, as coisas bestas sem sentido que nos deixam abobados e sem saber muito bem como se veio parar ali. A ingenuidade, esta semana, mata. Reconciliações com o que até duas horas atrás já havia percebido que era preciso cortar? Nem pensar. Afaste-se da sua própria ingenuidade em primeiro lugar – parece-me que as conclusões a que já se chegou foram fruto de bastante maturação. Há um momento nos processos em que não é mais possível pensar e refletir – há um chamado à ação, e quem insistir em se agarrar às nuvens terá apenas nuvens como chão para caminhar. Atente-se.
Não duvide da confiança que repentinamente possa nascer dentro de você esta semana. Se eu precisasse colocar uma trilha sonora para. carta desta semana, não tenha dúvidas – Freddie Mercury já estaria cantando I Want to Break Free. Queira você também libertar-se e deixar seu velho ser, seus velhos medos, suas velhas ambições equivocadas, seus velhos padrões e restrições no passado. Não há porque repetir, eternamente, o que já se percebeu ser um equívoco. Coragem e alegria para viver plenamente a semana.
