Romantismo, criatividade e emotividade estão no ar – o Rei de Copas passa sobre nós esta semana, oferecendo-nos, em suas mão sempre estendidas, oportunidades de bem-viver o nosso cotidiano, de estarmos atentos às pequenas coisas que significam conforto. Há alguns detalhes. Como emoção, a insegurança também se aproxima, e com ela a necessidade de atenção e de aprovação do que se faz. Em quem tem uma natureza insegura, isto se fará notar com maior intensidade. Se é o seu caso, faça-se rodear de quem não lhe aponta com dureza os seus equívocos.
E porquê? Porque é possível que, ao longo desta semana, a bondade inata ao Rei de Copas possa de alguma forma ser contraposta a outros aspectos – uma certa vontade tirânica, obstinada, vingativa pode borbulhar por dentro quando contrariado ou magoado, incomodando as águas tranquilas e mornas do Rei de Copas. É preciso um certo cuidado com situações e pessoas que insistam em querer ver a vida e os outros pelo prisma da intolerância e da dureza, colocando pingos nos ís em um período pouco adequado a isso. Porque, veja: é possível que, estando tudo bem, não esteja tudo bem.
Talvez porque “tudo” seja uma categoria deveras duvidosa. É impossível que “tudo” esteja bem – a menos que optemos pela cegueira e pela passagem superficial das coisas, que é mesmo uma possibilidade aberta esta semana, e para a qual talvez devamos construir um olhar atento. O Rei de Copas é sim um sujeito agradável, mas é também, como dizia Aleister Crowley, um sujeito que escreve seu nome sobre a água. Por isso, a constância não faz talvez parte das suas qualidades, ele sonha demais para isso. A visita do Rei de Copas em nossas vidas é muito proveitosa quando criamos condições para que a bondade, a doação em estado puro e a aspiração aos grandes ideais, podem manifestar-se.
Por isso, aproveitar a semana significa ater-se a tudo aquilo que, mesmo passageiro, nos estende na palma da mão a possibilidade de sermos bons. Não é preciso ser profundo, mas bom, diria este Rei. Todas as características que atribuímos a Vênus, força que o rege, se aplicam. Rudolf Steiner dizia que Vênus é o elemento do amor cósmico. É calor, acolhimento, é abrir espaços para o encontro de ideias e pessoas. O Rei de Copas gosta de ser feliz – e assim é provável que nos sintamos esta semana, com a força do sentir tendendo a se sobrepor à ação e ao pensamento. A vontade, em si, será de, apenas e simplesmente, como se nada mais importasse, ser feliz. Honestidade em excesso pode aborrecer terrivelmente – contenha-se um pouco, especialmente se não pediram a sua opinião. A melhor opção esta semana provavelmente seja insistir em ver o outro pelo seu melhor ângulo. Deixe os apontamentos sobre a melhoria para outro momento, não quebre o delicado equilíbrio das coisas.
Cuidados com excessos de simpatia ou antipatia podem ser bem-vindos. Este Rei gosta tanto de sentir que às vezes se perde, e de acolhedor e simpático pode tornar-se profundamente desagradável, intolerante, aparentemente indiferente (só aparentemente, internamente provavelmente esteja ardendo em ódio). Atenção também ao campo de fantasia, é importante reduzirmos as chances de ilusão.
Trazer objetividade para o dia a dia, sem se matar numa rotina que pode se tornar bastante angustiante esta semana, pode ajudar a evitar problemas. O delicado equilíbrio entre manter a objetividade e se permitir sonhar.
