Estamos diante de um dos arcanos mais felizes do Tarot. O 9 de Copas representa quase sempre bons períodos e perspectivas. Mas é indispensável que se compreenda em qual lugar de nossas vidas ele se instala. Senão, a tendência a sermos tolos é desmedida.
Amor incondicional é a grande mensagem desta carta, sua tendência e seu auspício. E o que vem a ser amor incondicional? Aquele que passou por provas, foi traído, enganado, abriu a porta do ressentimento e do desespero. Esse Amor, quando transformado e modificado, manifesta-se como incondicional.
O que quer isto dizer? Que sem afastar-se dos grilhões que aprisionam outras formas de amor (o possessivo, o melindroso, o egoísta, o medroso, o submisso), e superar a própria inclinação a elas, não há acesso ao amor incondicional.
A semana abre-se, sim, cheia de esperança, especialmente para os dispostos a, do nascer ao pôr do sol, transformar em si isso que se chama de Amor, mas não atende por Incondicional.
Então, tudo aceitar? Sim e não. Aceitar a própria condição e decidir transformá-la, elevando-se acima do sempre precário lugar da matéria, sim. Aceitar iniquidades, não. O amor incondicional é um movimento da Alma. Integra Matéria e Espírito, colocando a primeira em seu devido lugar.
Se o 9 de Copas portasse uma trombeta, seria de liberação. Das pequenezes da vida, daquilo que não vale a pena mas onde nos agarramos teimosos, da palavra azeda e dura que de nada serve a não ser para despertar a guerra entre as pessoas, a dor, a tristeza, o desalento, o amortecimento.
Todas as suas lutas valem a pena? Todas as suas escolhas estão permeadas pelo olhar amoroso? Ou são prisões? Esta semana está aberta à consciência sobre si mesmo, sobre suas escolhas, seus caminhos, lugares, pessoas, atividades. Onde mora a sua Alegria? A sua Felicidade? Tudo vale a pena? Apenas e tão somente quando a alma não é pequena, já sabemos. E uma alma pequena é tímida, amarga, maledicente, mesquinha, triste. É preciso crescer, ampliar os horizontes da Alma que ocupa a transitória e finita matéria. Ao fim, nos perguntarão por ela, e nós quem sabe possamos responder: em Alegria, seguimos.