E eis a última semana do ano, e muito apropriadamente, um tempo de colher – colher os ganhos daquilo que se plantou. O 9 de Ouros é uma carta tradicionalmente de boa sorte, mas boa sorte, convenhamos, só tem quem plantou alguma coisa, e sobretudo quem plantou a semente do fruto que gostaria de colher. É disto que trata esta semana, de abrir as mãos para a colheita, e reconhecer o que está colhendo. Esse movimento de abertura, sem se esconder por detrás de desculpas e motivos, será importante para o ano que já se aproxima.
Como não poderia deixar de ser, a semana pede um olhar atrás – uma bem típica revisitação do ano (a clássicsa retrospectiva), e, se você ainda não a fez, pode descobrir coisas deixadas para trás. Pessoas deixadas para trás. Contas, conselhos, respostas. Dedique-se a deixar as gavetas da sua vida em ordem. Faça as suas contas, ganhe consciência do que se ganhou, onde, como e quanto. Nem só de matéria vive o ser humano, mas também de matéria vivemos todos. Portanto, este naipe de ouros que fala sobre materialização está aqui para nos dizer que é preciso sim dar valor às coisas, especialmente aquelas pelas quais se lutou. Com ou sem garra, que ninguém é igual a ninguém.
Podem ser coisas materiais, claro – mas podem ser coisas da alma e do espírito. Retome as suas expectativas sobre 2023 (nem adianta dizer que não tinha, porque todos as temos, de maior ou menor grandeza). Perceba como se relacionou com elas, o quanto as ajustou à realidade que foi se mostrando. O quanto as deixou de lado porque as interferências eram muitas, e os descamimhos também. Quantas deixou de levar adiante. Foi preguiça, indolência? E o importante: quantas se realizaram, quantas foram até certo ponto e quantas superaram a sua visão. É destas que vale a pena ocupar-se, e com certeza existem.
Busque o que converge em sua direção, porque muita da sua saúde nesta passagem de ano, em todos os níveis, depende da sua capacidade de lidar, equacionar e driblar divergências. Muitos dos seus objetivos, provavelmente, não tenham sido alcançados. Alegre-se, porque é sinal de que há caminho a ser trilhado, conquistas a realizar e aprendizados a receber.
Talvez você ainda não esteja no lugar certo, talvez continue excessivamente centrado na sua pessoa, talvez não tenha conseguido se reconciliar com quem precisa. A próxima semana abrirá um ano intreiramente novo à sua frente, diante do qual você pode reinventar-se e arriscar ser quem você quer. Não quem você precisa, ou quem você deseja – mas quem você quer. Aposente seus pensamentos pessimistas. Guarde as suas teorias entristecidas. Elimine o vício de esperar o pior. A vida chama, com todo o seu vigor. Inspire-se naqueles que, em face do maior desespero, vêm a beleza do nascer do sol, o milagre do despontar de uma flor e a plenitude de um sorriso que nada pede em troca. Aonde você for, leve o seu melhor. Será o melhor para todos à sua volta. Um bom fim de ano e uma entrada no ano novo, com energia e esperança renovadas.