Não há nesta vida quem já não tenha estado em uma situação sem saída – sentir-se em um desses lugares nos oferece a experiência de nos sentirmos impotentes, frágeis, num misto de cansaço e crise. Nesses momentos, as escolhas existem, porque elas sempre existem, e é bom não se esquecer disso, mas essas escolhas, em momentos como esses, são todas absolutamente internas.
Olhar ao redor, esta semana, talvez nos encharque de desânimo e decepção. Talvez muito do que aconteça em volta pareça deixar-nos num beco, sem saída. Talvez visitemos lugares, externos e internos, em que a respiração pareça ter sido cortada, ou sufocada, onde pareça não existir o ar que garante a vida.
Estes são os pontos de transição, e o quanto antes os aceitarmos, sem querer dizer-lhes quais são as normas e as regras do jogo que teimosamente queremos jogar, tanto melhor. Não se trata de desistir, longe disso. Trata-se de aceitar e parar de lutar, porque lutar, neste momento, é inútil.
Resguarde-se de discussões desnecessárias e ausente-se prontamente daquelas que já se percebe não levarem a lugar algum. Não se permita ser invadido pelas ondas do que quer que seja. Não se deixe levar por sentimentos de vingança, de ódio, de raiva, de inveja, de tristeza, de desesperança – tudo crescerá, esta semana, com o alimento que você oferecer.
Pode ser que não existam soluções à mostra, este nosso Enforcado costuma manter-se imóvel e em silêncio, é assim que ele faz as trocas que precisam ser feitas, é assim que ele mostra o que já está morto, e se oferece em sacrifício para que nós nos demos conta do que depois diremos “era óbvio”, ou “no fundo, eu já sabia”. Saiba agora o que mais tarde dirá que já sabia – esse é o caminho mais curto para sair da imobilidade do Enforcado.
É provável que esta não seja uma semana de escolhas, mas de parar, de esperar, de demorar, de repousar, de gestar e meditar. Pense em um feto, na sua preparação para o nascimento. Aos poucos seus movimentos diminuem dentro do resguardo do útero, esse lugar sagrado pertencente a outro planeta. A mãe percebe essa diminuição – não é apenas o espaço que se torna pequeno para o corpo que cresceu, é o preparo para a mudança de estado, para a entrada na vida terrena, para o atravessar do pequeno e grande portal.
Assim são os momentos de transição, assim é o silêncio da natureza antes da aproximação da tempestade.
Sejamos úteis a nós mesmos e ao mundo e não queiramos forçar nada. Retire-se para dentro de si, e revele-se através da oração, qualquer oração, aquela que fizer seu coração silenciar e perceber que em todos os lugares, de muitas e variadas formas, as mesmas forças se digladiam, as forças da vida e as forças da morte. Não queira escolher lados, porque ambos são necessários, e esta não é semana propícia às escolhas. Busque ajuda, se necessário. Ninguém vive sozinho, ninguém é nada sozinho: busque ajuda, mas que seja para entender a situação em que se encontra, e não para resolvê-la num estalar de dedos. Compreender, esta semana, é incomparavelmente mais importante do que resolver.
Resguarde-se de tudo o que seja excesso. Resguarde-se do ruído, escute a batida de seu coração, perceba a pulsação do planeta em cada pequeno ser, em cada pequeno pedaço de chão. É claro que se sente o que acontece, sem se saber o que está acontecendo. É neste mesmo chão, que todos pisamos, que tudo reverbera. A sua força reside em seu interior, e a sua ativação também está em seu interior. Todas as situações que vivemos foram habilmente costuradas antes do nosso nascer, por nossa essência. Saibamos respeitá-la em todos os momentos, e não deixemos de lembrar que a vida, como o tempo, não pára.
Respostas de 6
❤️… grata querida! por sua sabedoria que compartilha de modo suave mas preciso. É uma benção.
Axé, querida.
Que linda explicação e mensagem.
Gratidão, querida Ana.
Uma semana de bênçãos para você.
Gratidão pela mensagem.
A compreensão dos acontecimentos externos e internos da minha passagem na Terra, faz me sentir mais leve e seguir em frente com coragem e fé no amanhã🙏🙌
Que não nos faltem nunca, a fé e a coragem.