Semana de profundas, misteriosas e ocultas experiências. O arcano mestre daquilo que é necessário imobilizar, silenciar, manter quieto, está em nossas mãos.
O Enforcado nos inspira a aceitar o destino e a compreender de novas formas e perspectivas (e com o cérebro altamente irrigado, como em uma posição invertida de yoga) aquilo que vemos e vivemos. O Enforcado está onde está porque decidiu respeitar o tempo de suspensão que também faz parte da vida. Assim, tem tempo de aguardar e de observar, nessa retenção de movimento que escolhe fazer.
A sensação de “beco sem saída” pode acompanhar a semana, sem grande dúvida. Porém, a nossa posição diante dele é a grande chave. Se resistirmos a essa suspensão, a essa espécie de vazio, perderemos forças – materiais, emocionais ou espirituais.
O melhor a fazer, esta semana, é permanecer consciente, fazendo uso dessa nossa consciência para compreender todos os tempos e formas com que a imobilidade, o repouso, o segredo e o oculto se manifestam em nossas vidas.
É muito possível que estejamos na antesala de mudanças e novos desdobramentos do tempo. Podemos viver, esta semana, uma espécie de último suspiro de algo que termine em breve. Persistir em alguma coisa, teimosamente, apenas porque funcionou no passado, tende a ser um erro. E por isso a observação silenciosa e imóvel, e o esforço para abrir a consciência para novas direções, poderá ser a melhor preparação para os próximos tempos.
Se há duas opções, não se desgaste tentando decidir qual delas; se a evidência é de crise em algum setor da vida, busque novas perspectivas internas; se a situação é de impotência, considere-a aprendizado; se é preciso abdicar de algo, faça-o em silêncio; se percebe em si mesmo contradições, respeite-as, respeite-se e respeite o outro. Ninguém precisa, esta semana, ter de lidar com a desagregação alheia. A própria já será suficiente.
Economia é a palavra de ordem da semana. Até mesmo de suas opiniões e certezas. Economize seu dinheiro, sua água, seu tempo desperdiçado correndo em círculos. Só se chega a algum lugar quando se reconhece o terreno. E para reconhecer é preciso parar e silenciar. Assim é.