Carta da Semana

De 20 de fevereiro
 até 26 de fevereiro

O mundo

Repare ao seu redor: há sempre alguma coisa que contém você. Há sempre algo à sua volta, jamais ninguém está sozinho ou desprovido de matéria. Podemos ou não valorizar esse algo, mas o fato é que quanto mais apertado for o que nos rodeia, mais necesidade haverá de forças extraordinárias que rompam o estado de prisão e limitação. É disto que trata esta semana: de destruir as limitações ao redor, de romper as comportas e as correntes para que o novo, o virgem, a possibilidade vibrante e cheia de vida possa brotar e se desenvolver. Em meio ao rompimento propriamente dito, a tendência é de que o pânico se aproxime e o medo e a tensão façam morada em nós. É preciso, com urgência, preparar-se para não se fechar numa compreensão única do que acontece. Assim como aprendemos sobre os perigos de uma história única, como nos conta a escritora Chimananda Adichie, precisamos aprender sobre os perigos de darmos a nós mesmos uma única explicação possível para os desastres que possam acontecer à nossa volta.

Há alguns indícios de precipitações, de acelerações para esta semana. É possível que a semente rompa o solo antes do tempo. É possível que o que está confinado saia à luz do dia antes da hora da maturação exata.

Você deve se lembrar de algum evento da sua vida diante do qual você não estava pronto. Tente rememorar esse momento, as suas circunstâncias, os seus movimentos, o resultado de tudo isso. Avalie com serenidade a sua própria posição, sem apontar dedos de responsabilidade na direção de nada nem de ninguém. Esqueça os “se não tivesse sido por causa de…” e os “deveria ter feito isto ou aquilo”. Resuma-se ao que foi, sem pensar no como poderia ter sido se tivesse sido diferente: o que foi é que importa, e importa a travessia que você fez para chegar até onde está hoje. Situações semelhantes, das circunstâncias se precipitarem e poderem gerar um certo caos ao redor, são possíveis esta semana. Mas veja: isso que se apelida de “caos” e isso que eu estou chamando de “precipitação” provavelmente não dependam em nada (mas em nada mesmo!) da sua ação ou da sua posição. A sua ligação com tudo isso é o como agir, resolver, lidar e viver com os eventos da vida. Assim como aconteceu naquele evento para o qual você não estava pronto: o evento veio, e você lidou com ele, e hoje aqui está você, vivendo a sua vida. É sobre isso, é sobre preparar-se para o que não há preparação possível e estar bem nessa posição.

Virá o tempo de semear. Mas agora é preciso considerar que não se lança o barco ao mar e se desfraldam as velas em pleno temporal. Que não é sábio colocar-se a caminho na noite escura, sem guia nem mapa nem bússola nem lanterna. Que quando lhe digam “pare”, talvez seja inteligente parar, ainda que seja para verificar quem lhe diz esse “pare”. Há muitas informações disponíveis, mas elas não encontram espaço de compreensão se estivermos aflitos, agoniados, angustiados, perpassados pelas inúmeras farpas que atravessam os nossos caminhos, as palavras alheias, os desgostos do dia a dia. Refaça-se, liberte-se das influências negativas que rondam os seus dias, e abra olhos e ouvidos.

Convém, esta semana, observar o que está por dentro das coisas. Inclusive de você mesmo. Pense que os recipientes que algo contêm são superfícies côncavas, e que para serem preenchidos precisam estar vazios. Explore os seus espaços internos, e torne-os receptivos. Dispa-se das suas certezas, das suas pré-avaliações, já mortas e desnecessárias, sobre um mundo que já não existe mais, porque pertence ao passado, e novas ordens se implantam neste que nasce no tempo. Explore outras culturas, outras formas de ver e viver a vida, extasie-se diante da variedade. Desapegue-se antes de que seja preciso desapegar-se, para poder estar livre adiante.

O novo não chega a não ser pela mão do velho, mas o velho precisa desafalecer e se desintegrar para que o novo possa se desenvolver e ocupar seu lugar. Não há outra maneira, e quanto mais cedo entendermos, e nos tornarmos côncavos para receber o novo, tanto melhor, o sofrimento será menor.

Não restrinja o seu olhar sobre nada. Há alguns anos contaram-me a história de um velho aldeão que tinha um bordão muito seu para analisar o que lhe acontecia. Ao que parecia aos outros um desastre, ele dizia: talvez seja um desastre, e talvez não. Na sequência de eventos da vida, não é possível saber valorar, a cada instante, o que nos acontece. Tudo está perdido, dizem os espíritos, e se reunirá para que entendamos quando desencarnarmos. Até lá, tudo é experiência, e nada começa nem termina. Há que respirar e não se vincular em excesso ao que nos acontece. Nada disso somos, nada disso é. Respirar, aceitar, esvaziar e tornar-se côncavo, para que o novo caiba em nós e em nós faça a sua morada.

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