Tempo de sagitário

Começa a época de Sagitário, o arqueiro. Quíron, o centauro que o representa, espreita do céu, feliz com o retorno da sua figura metade gente, metade cavalo. E eu, em pleno inferno astral, decido nova investida numa tentativa obviamente sagitariana:  ir além do que já se sabe.

Entre outras coisas (são várias janelas abertas aqui na minha frente), procuro explicações para o que vem a ser esse tal de inferno astral, e por que apoquenta tanta gente. Leio que, assim como cada casa astral representa uma esfera da vida, também cada mês do ano se dedica a uma esfera da vida, acompanhando a progressão da carta. Assim, a décima segunda casa do mapa astral corresponde aos 30 dias de inferno astral – e como essa é a casa que representa os sacrifícios e doações que se devem fazer aos outros, sem esperar por recompensa, esse é o momento do ano em que, idealmente, devemos sair de nós mesmos e olhar para o que vemos, num exercício de saudável e necessário desapego. Se não conseguimos esse distanciamento, sofremos. Se conseguimos, o inferno não é tão infernal assim.
Gosto destes 30 dias, embora na maioria das vezes se apresentem instáveis, inquietos e insatisfeitos. A instabilidade e a inquietude pela proximidade de mais um ano, considerando que pouco se sabe sobre o que virá. E a insatisfação porque talvez os planos e projetos e ideais do começo do ano que acaba não se tenham plasmado o tanto ou o como se gostaria. Difícil, portanto. Fui desenvolvendo umas estratégias que, acho eu, ajudam a passar por essa tormenta.
Encontro, por entre papéis que decido arrumar (bom momento para se livrar da quinquilharia acumulada em doze meses), uma espécie de carta de intenções para o ano que começava há 365 dias. Rio-me, de tantas coisas que queria, e rio-me de novo porque, afinal de contas, acho que até consegui um bom tanto delas. As que não aconteceram, penso, melhor mesmo que não tenham se realizado. Soa otimista? É sagitariano. 
Encontro cartas que escrevi encerrando outros infernos astrais, balanços que me fazem bem a cada fim de ano, e que devo ter guardado com essa intenção mesmo: lembrar-me de que foi bom e repetir o feito. São agradecimentos, na sua maioria, de coração sincero e aberto. Fico feliz de ter tido a coragem de ter escrito boa parte deles. E começo a fazer os deste ano que termina, e que tanto sacolejou e desarrumou a vida. Coisas de 2012, leio aqui – um ano de desacomodação. Bom saber que não foi só comigo.
Preciso agradecer todo o tempo que pude dedicar a esta tarefa que me faz mais gente: escrever. De longe, a ocupação mais proveitosa do ano. Tanto a que dediquei a minha própria escrita quanto à alheia, tantos foram os momentos de oficinas que aconteceram. Revisito de olhos fechados os momentos ricos e prenhes de palavras, ao longo de todos e cada um dos meses do ano. As lágrimas que vi tantas vezes, das abertas às escondidas, aquelas que só soube porque depois me contaram, por escrito. A emoção de ver descobrir o princípio da voz pessoal em forma escrita, aquele brilho de olhos de quem se lê e pensa: “Ó! Esse sou eu escrevendo!”. E, por outro lado, o ser confrontada com os meus vácuos, as minhas tantas obviedades, as abstrações tão simples que vivo querendo fazer caber num advérbio que nada diz de fato.
Preciso agradecer pela paciência com que fui cercada e cuidada. Pelo amor que se esgueirou por entre os dias. Pelo espaço aberto. Pela vida aberta. Pelo tempo aberto. Pela espera do que fica em aberto.
Preciso agradecer por todas as estradas que se palmilharam, os tantos quilômetros andados e voados, nessa atividade tão tão tão sagitariana que é andar de um lado para o outro e sempre achar que ainda não se chegou (porque de fato não se chegou, veja bem). Viagens, contatos e diversidade: quer melhor?!
Mas preciso, mais que nada, agradecer pelos encontros, os que se desenharam além e os que foram surpresas que não vi chegando, e se instalaram. Também pelos desencontros, que ajudam a posicionar a vida no seu quadrante exato, e mesmo que doa, que arda, que queime, é bom que assim seja, porque depois da convalescença descobrem-se novas inteirezas, novas áreas conquistadas dessa floresta que todos somos. Nessa hora, olha-se para trás e vê-se um caminho percorrido – os ziguezagues não são mais tempo perdido, mas um desenho cheio de riquezas; as linhas retas deixaram atrás de si a monotonia; as curvas preencheram-se de remansos. E o espaço que brilha à frente é o horizonte infindo, à espreita das flechas que serão lançadas ao longo dos próximos 12 meses. Planos? É bom fazê-los agora, nestes 30 dias que servem de revisitação, mas também de projeção consciente.

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