A carta desta semana, este radiante 10 de Copas, precisa ser muito bem compreendida. É preciso prestar-lhe atenção, porque são as nuances que trarão respostas. A sensação de completude que podemos ter, a sensação de profunda satisfação e prazer que pode surgir de tempos em tempos pelos dias da semana, precisa ser acolhida com parcimônia, com atenção, sem perder o pé de si mesmo. As forças marcianas que regem esta carta podem se colocar em ação rapidamente, destruindo em um ápice o que parecia a perfeição completa.
A imagem que a semana mais me sugere é a do cuidado que temos ao carregar um copo cheio até a borda. É necessário muito cuidado, atenção, calma e mesmo lentidão para não derramar uma só gota, cuidado para não tropeçar em nada, para não se distrair e acabar por derramar todo o conteúdo do copo. Por isso, atenção plena a tudo o que se faça é muito importante, e para quem gosta ou precisa fazer várias coisas ao mesmo tempo – tome cuidado e duplique a atenção e, se possível, faça uma coisa, termine, e depois comece a seguinte.
Ao mesmo tempo, o 10 de Copas também nos indica, o que pode ser uma grande bênção para o passar dos dias, de que tudo está onde deve estar, e que o caminho e as situações estão indo por era mesmo suposto irem. “Está tudo em ordem”, segreda o 10 de Copas, “aprecie”. E aprecie mesmo, não se distraia. O 10 de Copas pede, até insistentemente, que olhemos ao nosso redor, e nos alegremos com o que vemos, nos conectemos com o que vemos, com as pessoas pelas quais passamos. Não deixe que encontros especiais passem por você sem lhes dar atenção. Entregar-se de corpo e alma faz parte do âmbito deste arcano. “O que você faria se só te restasse esse dia?”, canta Paulinho Moska. Dedicar-se a responder a esta pergunta é uma boa maneira de viver as influências da semana. Independente do que aconteça ao seu redor e além, o que você vai fazer?
Punir-se pelo que não fez (ou pelo que fez), sofrer e sofrer, inflinglir sobre si mesmo as estocadas amargas dos arrependimentos, sentar-se na beira da calçada, alma atormentada pelo gozo do sofrimento, da queixa, da amargura – para quê? Respondo-lhe francamente: para desperdiçar a sua semana e a sua vida. Seus pés e suas mãos não estão amarrados – é o seu coração que precisa ser desalojado do lugar miserável onde você insiste em colocá-lo. A carta desta semana é clara – se você acordou e viu o céu lá fora, se ouviu o burburinho lá fora, sejam pássaros cantando, sejam carros passando, a alegria precisa tomar conta do seu coração, porque há vida a ser vivida. O que você fará, sabendo que este pode ser o último dia? Não se desperdice e não desperdice tudo o que a vida tem a oferecer, se você estiver disponível.
Respostas de 2
Maravilhoso texto…
Obrigada!