É costumeiro haver calmaria antes de uma tempestade. Aproveitar a súbita trégua (uma suspensão) é proveitoso, acreditar que tudo se resolveu é o pior dos caminhos.
A semana convida à reposição de forças, a um certo repouso – mas nada disso pode ser tomado como finalização de coisa alguma. Não há como colher coisa distinta do que foi plantado e, quando as sementes não foram as melhores, não há como esperar fartura. O melhor, nesta calmaria que se oferece na semana, é reunir forças para continuar em busca da paz e da resolução que de fato se almejam.
Compaixão é uma palavra chave para trabalhar esta semana. Retirar-se por vontade própria dos sentimentos de raiva, ódio e indignação é uma ação consciente que demanda tempo e espaço para ser observada e organizada. Os três sentimentos beneficiam-se da compaixão, porque assim são permeados pela virtude humana mais amorosa, conduzindo-nos ao interior do Outro. Esta semana pode ser útil, por oferecer uma retirada temporária da agressividade.
Aproveite também a semana para lapidar os seus pensamentos. Descanse, mas não se entregue a esse descanso. Pode ser merecido, mas não será eterno. Os conflitos apenas estão sendo adiados e as condições que se apresentam são limitadas. A confiança é positiva quando tem a seu lado a clareza e a lucidez – senão, reveste-se de ilusão. Aguarde o momento de agir (portanto, não se precipite), aguarde o momento de falar, aguarde o momento de expor as suas opiniões. Não é covardia, é clareza.
Lembre-se de que muitas vezes a oferta de paz pode ser mais conveniente do que sincera, e que é possível que a oferta de uma trégua tenha intenções menos nobres do que de fato resolver um conflito. O 4 de Espadas não se mostra totalmente, costuma haver intenção escondida. Não se engane interpretando com excessos otimistas coisa alguma. O mais certo é aproveitar o respiro, ocupar-se de ordenar o que é preciso, fechar frestas e calafetar brechas por onde o frio ainda possa entrar. Seja previdente, confiante até – mas não ingênuo. Nada se resolveu verdadeiramente ainda. Sigamos em frente.