A força pessoal constrói-se não só da força em si, ou dos pontos positivos, mas também das fraquezas. E quando tudo parece desmoronar em volta, saber quais são as suas forças, e que tipo especial de forças foram construídas a partir das fraquezas, pode ser a coisa mais importante a se fazer, nos próximos dias.
Digo isto porque tudo o que nos forma faz parte de nós. Os erros, os equívocos, as imperfeições também. Saber de que forma esses pontos nos construíram pode ser muito importante esta semana.
Pode ser muito importante olhar para isso que consideramos menos nobre por duas razões: uma, porque a compreensão acompanha a aceitação, e outra, porque a melhor maneira de resolver mágoas e ressentimentos é podendo libertá-los e permitir que vivam, mas sem nos punirem eternamente.
O potencial desta semana é extremamente integrador – ele fala de um tipo de percepção ampliado do que nos compõe, e do que compõe a vida à nossa volta. Fala de sermos mais compassivos conosco e com os outros, sem sermos complacentes ou permissivos. Não é o “passar a mão na cabeça”, é compreender que somos mesmo mesmo imperfeitos, e que a nossa perfeição, alojada lá longe e intangível, depende integralmente de sabermos e aceitarmos quem somos. Há uma espécie de contentamento que pode permear os nossos erros, quando lhes dizemos obrigado e lhes garantimos que, não fossem eles, não seríamos as pessoas que somos, com tudo o que somos, brilhos e escuridões lado a lado.
É preciso coragem. Esta é uma boa semana para se trabalharem internamente os as tristezas mais profundas e para construir empatia e compaixão pelos demais. O que equivale a dizer não julgamento e a evitar ter pena do outro. Empatia e compaixão incluem não vermos os outros a partir dos nossos valores, e compreender que a maneira como vivemos e sentimos não é a única maneira de viver e sentir que vale a pena.
Não pretender colonizar o pensamento alheio com o que nos parece certo é uma primeira boa maneira de viver em paz, porque nos introduz na mais humana experiência: olhar para a diferença como humanidade, longe das duplas terríveis que são o concordar/não concordar, achar bom/ achar mau.
Insistir em perceber o quanto todos nos esforçamos para sermos melhores pode também ajudar a semana a se liberar. Digo insistir, porque pode mesmo depender de insistência, de ser quase como uma profissão de fé resistirmos a desumanizar o nosso semelhante. Lembre-se de que a aventura humana precisa incluir a variedade, o diferente, o que nos incomode e o que nos faça mudar. Nada deve permanecer mesmo, a vida não é extática e assim são as coisas.
Lembre-se das piores experiências pelas quais passou e perceba a fortaleza interna construída a partir delas. O que você aprendeu, onde você se melhorou, que tipo de pessoa nasceu após passar pelas dificuldades. Quantas vezes terá você renascido, atravessado canais estreitos, sendo arrancado da tranquilidade e da segurança, ainda que aparentes? E quantas pessoas coexistem em você, cada uma resultado dessas experiências todas, somadas às que gostamos de lembrar? Com certeza, muitas, e cada uma sendo uma parte do todo que você é.
Esta semana, especialmente, pode ser importante acessar cada um desses “você”, dando-se conta dos muitos recursos que existem em seu interior, e que lhe garantem que é possível atravessar desertos sem morrer de sede. A confiança cresce e desdobra-se, e não há nenhum obstáculo que seja intransponível, não transformável ou… evitável. Bom crescimento e boas descobertas, mantenha-se atento e em paz.
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