Indiferenças, irrelevâncias e insignificâncias

Dentre os vários problemas que o cosmos enfrenta, creio que o mais aflitivo é o da lei de oferta e demanda. Menos simplista que a lei básica de consumo, o cosmos faz uso de formas peculiares de reorganização do (des)equilíbrio entre os circuitos energéticos que regem a tudo e a todos. Uma das formas é a transformação do mundo a partir do prefixo “in”.

A negação.

Não existe propriamente uma régua que indique o quanto se oferece e o quanto se procura. Nem de que maneiras mil esse movimento duplo pode compor-se a si mesmo. Mas o dar-se ao outro é sempre uma moeda de dois lados, e o milagre acontece quando a conseguimos equilibrar de pé. Quando o que se dá e o que se recebe estão de acordo e em paz. Diferente de medidas iguais, veja bem: é mais, creio eu, uma questão de acordo daquilo que permite que a moeda se equilibre e não pese nem num ombro, quer dizer coração, nem em outro.
O acordo pressupõe, antes de antes, percepção de que se recebe. Consciência daquilo que depositam em suas mãos. Sem perceber o que o outro dá (repare: não é o quanto, mas O que dá), não há nem como começar a pensar em acordar nada. Tudo dorme. Tudo é inconsciência.
Mas pode ser que se perceba, mas não se dê atenção. Porque pode ser que não se realize, de fato, tudo o que se eleva acima do nível horizontal cotidiano. Pode ser que não se perceba o relevo, a suave ondulação que o outro processa na sua vida, os meandros que o novo rio desenha em sua paisagem. Não se percebe o relevo, e as coisas tornam-se irrelevantes. Nem peso têm, e logo perderão a forma. E aí, de irrelevantes a invisíveis.
Pode também ser que não se atribua significado; que de tão ocupados com os nossos próprios mundos, não exista o movimento de dar sentido/significado ao que se nos oferece. Talvez porque a oferta nos seja estranha, talvez porque não a tenhamos recebido antes, e porque o novo assusta. Ou porque pareça estranhamente familiar, já andamos ali por perto, pensamos – e o velho assusta, mesmo que saibamos que tudo se recria e tudo se transforma. Pode ser que nos sintamos donos e senhores daquilo que acreditamos ser nosso por direito. Porque (podemos dizer) se chegou até nós é porque era para ser nosso. O cosmos ri-se, e tudo aquilo a que não conferimos significado, torna-se insignificante.
E pode ainda ser que olhemos em volta e não percebamos a diferença. Que consigamos apenas ver o nosso próprio reflexo. E como de nós mesmos só conhecemos uma parcela, e mesmo com o cosmos aos gritos, passamos reto pela parcela de nós mesmos que o outro nos desperta e desvenda. Nós preferimos ignorar. E avançamos estrada afora, vida afora, tempo afora, cada vez mais indiferentes, desacordados da transformação que se opera debaixo dos nossos olhos.

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